17.4.10

Estavam todos perdidos

E quando ouvi o tiro, vi todos os apressados dispararem ao meu lado, como flechas destinadas a perfurar, zangadas contra o vento. Nos apressados coloco os lentos também, que seguem apenas os caminhos descobertos.

Todos cruzam a linha de chegada, e em meu passo cauteloso percebo que não sabem o que fazer. Anseiam por uma voz, fria e sistemática, num tom anunciador.

Mas não há voz. Não houve voz. Estão todos ali, de onde poderiam vir as vozes?

Se correram até ponto longínquo, deveriam saber o que fariam depois, pois tinham certeza que era sobre o que falavam. Chegaram até lá, conquistaram o que queriam. Foi ai que notei que não queriam nada. Mas antes eu havia desperdiçado a chance de ouvi-los e sentiam pena de mim, que pena a deles, pois a sinto por eles agora.

Hesitei, estava a um passo do risco último quando decidi voltar. Pois sabia que em algum ponto perto daqui, havia um lugar onde eu sabia o que fazer. E então caminhei tranquilamente, todo o mundo que faça o contrário.

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