"Assim que se olharam, amaram-se; assim que se amaram, suspiraram; assim que suspiraram, perguntaram-se um ao outro o motivo; assim que descobriram o motivo, procuraram o remédio."
SHAKESPEARE, William.
E o contínuo hábito falho de listar tudo o que vemos.
Colocamos tudo num espaçamento, às vezes mental, entrelinhas, só para não entrarmos no jogo da memória. "Bonita", "Inteligente", "Adorável", "Cheirosa" e então construímos muros, pífeos muros de obsolescência programada.
Eu sei que estas paredes irão ruir a qualquer momento.
"Mas por quê?", perguntou-me um amigo, ansioso por tópicos pontuados pularem da minha boca; coitado, pois se decepcionou em seguida com a minha frase única. Não basta apenas a vontade?
Não se questiona o motivo de um poeta ao versar. E versamos em ações, nós, quando dedicamos o precioso tempo por algo que valha a pena. Logo, somos todos poetas, e não se questionam seus motivos.
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