31.5.10

Cavalos indomáveis

"Falta imaginação à maioria das pessoas supostamente valentes. É como se não pudessem conceber o que aconteceria se alguma coisa saísse mal. Os verdadeiros valentes vencem a sua imaginação e fazem o que devem fazer."
BUKOWSKY, Charles

Cruzava o universo e vinha de uma terra distante, onde talvez se fizessem os arco-íris. Ela se enxergava como um trapo, onde todos já haviam pisado mas poucos percebiam aqueles belos detalhes floridos, esculpidos em sua superfície e decretados em seu interior. Foi feita durante a belle époque, por mãos artesanais, não há dúvidas.

Seus olhos eram palcos teatrais onde neles se refletiam peças jamais vistas, aplaudidas pelo silêncio e embaladas num suspiro profundo. Eram peças projetadas apenas para aqueles olhos intrigantes e labirínticos. Defendia cada protagonista como o último guerreiro, já ensanguentado de batalhas outrora árduas, mas nunca o desvencilhava.

Ensinava, a cada passo, a magia de acreditar em cada devaneio insano. Eram sonhos os devaneios e eram inspiradoras as insanidades. Quando se tem julgamento, portanto errôneo, há falta de sensibilidade.

Da sua voz, melodia, tecida por tal suavidade que a fazia parte de uma órbita não presente nos mais fervorosos livros de física. Talvez fosse esse o seu charme: não era catalogada. Não sei, pra falar a verdade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário